
domingo, 27 de fevereiro de 2011
Quem é o idiota?
Outro dia comentei que uma prima minha tinha comprado um Honda Civic 2011, nos EUA, por 21 mil dólares. Isso não dá 40 mil reais. Aqui o mesmo carro custa uns 70 mil, ou quase o dobro. Muita gente fala que o preço aqui é alto por causa dos impostos. Nunca acreditei nisso. Afinal, nos EUA também se cobra imposto. A revista Época outro dia comparou os preços de alguns produtos no Brasil e em outros países. Claro que nós temos os maiores preços, seja no carro, seja no Big Mac, seja em livros, seja num laptop, seja até no valor da passagem de ônibus!
Estive na Europa no começo do ano e tudo lá é mais barato que aqui. Um lanche completo no Mac Donalds custa 6 euros. O metrô em Paris custa 1,1 euros. Entrar no Louvre (12 euros) é muito mais barato que andar no bondinho do Pão de Açúcar. Um jantar num restaurante em Paris fica uns 40 euros, o casal. Aqui...
E o salário lá é muito maior.
A França é um país com muitos impostos, assim como a Inglaterra. Tanto que os roqueiros ingleses foram morar nos EUA porque na terra deles o imposto é alto.
Portanto, não tem nada de imposto para justificar os preços altos brasileiros.
Aliás, um dia desses ouvi que o preço do carro aqui é alto porque... o brasileiro paga! Eu também já tinha lido que a remessa de lucros das montadoras é absurda.
Mas a pérola do dia foi a entrevista da múmia do Guido Mantega, na Folha. Respondendo sobre essa questão, vejam que ele responde, candidamente, que as montadoras no Brasil dão mais lucros que no exterior porque o Brasil não está em crise. Como ele é ingênuo, ou como ele pensa que somos idiotas.
Segue a parte idiota da entrevista da besta do Mantega... Depois respondam: quem é idiota, ele ou nós?
E as remessas de lucros? As montadoras, por exemplo, remeteram dez vezes mais do que investiram, pegando dinheiro do BNDES.
É um setor muito bem-sucedido. O Brasil passou pela crise mantendo uma indústria automobilística sólida. Eles fizeram investimentos.
Mas remeteram muito mais.
Porque as empresas aqui dentro foram lucrativas. Lá fora deram prejuízos e as matrizes pediram para remeter para preencher os buracos. Esse é o preço do sucesso. Ficou um desequilíbrio no balanço de transações correntes. Exportações subiram 30%, importações, 40%.
Mas as exportações foram mais de matéria-prima.
Não importa. É aquilo que no momento deu lucro. Apostamos na recuperação dos manufaturados. A defesa comercial vai ter atenção especial e haverá estímulo à exportação.
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